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O Guia Definitivo do Mounjaro: tudo o que você precisa saber antes da primeira dose

Mounjaro se tornou um dos medicamentos mais comentados no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2, especialmente depois da aprovação para perda de peso no Brasil em 2025.

13 min de leitura
Atualizado em Dezembro 2025

Disclaimer importante: Este conteúdo é exclusivamente informativo, não faz recomendação individual de tratamento e não substitui, em nenhuma hipótese, a avaliação presencial de um médico ou outro profissional de saúde habilitado. Nunca inicie, ajuste ou interrompa o uso de Mounjaro por conta própria.

O que é o Mounjaro?

Mounjaro é o nome comercial da tirzepatida, um medicamento injetável utilizado inicialmente para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 e posteriormente aprovado também para controle de peso em pessoas com obesidade ou sobrepeso com comorbidades. Seu princípio ativo, a tirzepatida, é um agonista duplo dos receptores de GIP e GLP-1, pertencendo à classe dos chamados "agonistas de incretina", que atuam na regulação da glicose e do apetite.

No Brasil, a Anvisa aprovou o Mounjaro em 2023 para diabetes tipo 2 e, em 2025, estendeu a indicação para tratamento de obesidade e sobrepeso com fatores de risco, sempre como complemento à dieta e ao exercício. Ele é comercializado em canetas aplicadoras de uso semanal, em diferentes dosagens para permitir ajuste gradual conforme resposta e tolerância do paciente.

Como o Mounjaro funciona no corpo?

A tirzepatida imita a ação de hormônios intestinais (GIP e GLP-1) que são liberados após as refeições e ajudam a controlar tanto o açúcar no sangue quanto a sensação de fome. Em termos simples, ela "reforça" os sinais naturais do corpo de que já houve alimento suficiente, além de melhorar o uso da glicose pelo organismo.

  • No pâncreas: a tirzepatida aumenta a secreção de insulina quando a glicose está alta e reduz a produção de glucagon, ajudando a baixar a glicemia de jejum e pós‑prandial.
  • No cérebro: atua em centros de apetite no sistema nervoso central, promovendo maior sensação de saciedade e diminuindo o impulso de comer, o que facilita reduzir calorias sem tanta fome.
  • No estômago: retarda o esvaziamento gástrico, fazendo com que a comida permaneça mais tempo no estômago, prolongando a sensação de "estômago cheio" e impactando positivamente o controle glicêmico.

Para quem é indicado (e para quem não é)?

Mounjaro é indicado para adultos com diabetes tipo 2 não adequadamente controlado apenas com dieta, exercícios e outros antidiabéticos, servindo como terapia adicional para melhorar o controle glicêmico. No Brasil, também foi aprovado para adultos com obesidade (IMC ≥ 30) ou sobrepeso (IMC ≥ 27) com pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como hipertensão, apneia do sono ou dislipidemia.

No uso on‑label, segue as indicações oficiais: tratamento de diabetes tipo 2 e, mais recentemente, controle de peso em obesidade ou sobrepeso com fatores de risco metabólicos. Já o uso off‑label inclui situações em que pessoas sem diabetes buscam o medicamento apenas para emagrecimento estético, o que aumenta o risco de efeitos adversos e exige ainda mais cautela e acompanhamento médico rigoroso.

Contraindicações importantes

Mounjaro não é recomendado para pessoas com histórico pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2, pela preocupação com tumores de tireoide observados em estudos com animais. É contraindicado também durante a gravidez e a amamentação, salvo se o médico julgar que o benefício supera claramente os riscos, pois não há dados suficientes de segurança nessas situações.

Pacientes com pancreatite prévia, doença hepática ou renal grave, ou que usam outros medicamentos hipoglicemiantes, como insulina e sulfonilureias, precisam de avaliação individualizada, pois há risco maior de hipoglicemia e complicações. Quem apresenta alergia conhecida a tirzepatida ou a qualquer componente da fórmula também não deve utilizar o medicamento.

Efeitos colaterais do Mounjaro: a verdade nua e crua

Os efeitos colaterais gastrointestinais são os mais frequentes com Mounjaro, especialmente nas primeiras semanas e durante o aumento gradual das doses. A maioria dos sintomas tende a ser leve a moderada e diminui com o tempo, mas para alguns pacientes pode ser suficientemente intensa para levar à interrupção do tratamento.

Efeitos comuns (o "pedágio" do tratamento)

Entre os efeitos adversos mais comuns estão náusea, vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal, azia e gases, com incidência maior na fase de titulação da dose. Em estudos clínicos e análises de mundo real, cerca de 15–25% dos pacientes relatam náusea, enquanto diarreia e constipação também aparecem em uma parcela significativa dos usuários.

Outros sintomas possíveis incluem diminuição do apetite, eructação (arrotos), fadiga leve e, ocasionalmente, dor de cabeça, o que muitas vezes se relaciona à redução de ingestão calórica ou à desidratação. Para minimizar os enjoos, costuma ajudar comer devagar, fracionar as refeições, evitar alimentos muito gordurosos e manter boa hidratação ao longo do dia.

Efeitos raros, mas graves

Embora menos frequentes, alguns efeitos graves merecem atenção, como pancreatite aguda (inflamação do pâncreas), problemas da vesícula biliar (cálculos, colecistite) e reações alérgicas importantes. Há também risco de hipoglicemia quando Mounjaro é associado a insulina ou sulfonilureias, exigindo ajuste de dose e monitorização da glicemia.

Sinais de alarme incluem dor abdominal forte e contínua que pode irradiar para as costas, vômitos persistentes, olhos ou pele amarelados, urina escura, fezes muito claras, falta de ar, palpitações intensas ou inchaço súbito nos lábios e na face. Se sentir qualquer um desses sintomas, procure um médico imediatamente ou um serviço de emergência, sem reaplicar a próxima dose até nova avaliação.

Resultados esperados: o que dizem os estudos?

Os estudos de fase 3 com tirzepatida em diabetes tipo 2 mostram melhora expressiva do controle glicêmico, com redução de hemoglobina glicada (HbA1c), glicemia de jejum e perda de peso adicional em comparação a outros antidiabéticos. Em alguns ensaios, a tirzepatida superou inclusive a semaglutida em termos de perda de peso e redução de marcadores metabólicos.

No estudo SURMOUNT‑1, envolvendo adultos com obesidade ou sobrepeso sem diabetes, a tirzepatida levou a uma perda média de peso de aproximadamente:

  • 15% com 5 mg
  • 19–20% com 10 mg
  • 20,9% com 15 mg após 72 semanas

O grupo placebo perdeu cerca de 3% do peso. Além da balança, os participantes apresentaram redução de circunferência de cintura, melhora de pressão arterial e de parâmetros metabólicos, com alta taxa de reversão de pré‑diabetes para níveis de glicose considerados normais.

Apesar dos números impressionantes, os resultados variam bastante entre indivíduos e dependem de mudanças consistentes de estilo de vida, como alimentação balanceada e aumento de atividade física. Mounjaro não é uma solução isolada nem substitui reeducação alimentar, sono adequado e acompanhamento multiprofissional para manter o peso a longo prazo.

Como usar e dosagem (a caneta aplicadora)

Mounjaro é aplicado por injeção subcutânea, geralmente na barriga, na coxa ou no braço, com uma caneta aplicadora de uso semanal, em dia fixo definido junto ao médico. A administração pode ser feita com ou sem alimentos, mas é importante seguir rigorosamente a técnica adequada de aplicação e as orientações sobre rodízio de locais para evitar irritação na pele.

A dose inicial usual é de 2,5 mg uma vez por semana, por pelo menos 4 semanas, apenas para adaptação do organismo e redução de efeitos gastrointestinais. Depois, a dose é aumentada em incrementos de 2,5 mg em intervalos de pelo menos 4 semanas, podendo chegar a 5 mg, 7,5 mg, 10 mg e, em alguns contextos, até 15 mg por semana, conforme a resposta e a tolerância.

A titulação lenta é fundamental para equilibrar eficácia e segurança, permitindo que o corpo se acostume e reduzindo o risco de náuseas, vômitos e diarreia intensos. A dosagem deve ser sempre definida pelo seu médico, que avaliará seu histórico clínico, outros medicamentos em uso e objetivos de tratamento, nunca devendo ser ajustada por conta própria.

Preço e acesso no Brasil 2025

O preço do Mounjaro no Brasil é considerado elevado, variando de acordo com a dose, a farmácia e políticas de desconto de laboratórios ou programas de fidelidade. Notícias recentes apontam que o tratamento mensal com quatro canetas pode custar entre aproximadamente R$ 2.600 e R$ 3.600, dependendo da concentração utilizada.

Relatos de mercado e reportagens especializadas indicam que, no início da comercialização, doses menores (como 2,5 mg e 5 mg) tendem a ficar em torno de R$ 1.800 a R$ 2.300 por mês, enquanto apresentações com doses maiores podem chegar a valores próximos ou superiores a R$ 3.500. Esses números podem oscilar com o tempo, promoções e negociações diretas, então vale sempre comparar preços em grandes redes (Raia, Drogasil, Pague Menos, Drogal) e farmácias online.

Mounjaro é um medicamento de prescrição obrigatória, exigindo receita médica com retenção, de acordo com a regulamentação da Anvisa para esse tipo de fármaco. Até o momento, não há disponibilização ampla pelo SUS para tratamento de obesidade, e o acesso por programas governamentais ou Farmácia Popular é limitado, o que reforça a importância de discutir custos e alternativas com o médico.

Perguntas frequentes sobre Mounjaro (FAQ)

Mounjaro causa "rosto de Ozempic" (flacidez facial)?

A perda de peso rápida e acentuada pode levar à flacidez de pele, inclusive na face, fenômeno popularmente chamado de "rosto de Ozempic", que pode acontecer também com Mounjaro. Esse efeito não é exclusivo do medicamento, mas da combinação entre emagrecimento intenso, idade, genética e hábitos de vida, e pode ser mitigado com perda de peso gradual, cuidados com a pele e, em alguns casos, suporte dermatológico ou estético.

Posso beber álcool durante o tratamento?

O consumo moderado de álcool não é absolutamente contraindicado, mas deve ser discutido com o médico, principalmente em pessoas com diabetes, doença hepática ou risco de pancreatite. Tanto o álcool quanto o Mounjaro podem interferir na glicemia e na saúde do pâncreas, de modo que a combinação exagerada aumenta o risco de hipoglicemia e inflamação pancreática.

O peso volta tudo depois que eu parar de usar?

Os estudos mostram que, quando o medicamento é interrompido sem manutenção de mudanças de estilo de vida, parte do peso perdido tende a retornar ao longo do tempo. Isso acontece porque o efeito de controle do apetite e da glicemia diminui após a suspensão, reforçando a importância de construir hábitos alimentares sustentáveis, atividade física regular e acompanhamento contínuo mesmo após o fim do uso.


Fontes e referências principais: Bula oficial Mounjaro – Anvisa / fabricantes; Anvisa – Mounjaro (tirzepatida): novas indicações para obesidade e sobrepeso; SURMOUNT‑1 e outros estudos de tirzepatida em obesidade; Revisões clínicas sobre tirzepatida em diabetes e perda de peso.

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GLP1Portal

Redação GLP1Portal

Conteúdo baseado em bulas oficiais, documentos da Anvisa e estudos clínicos revisados por pares.